Algumas religiões proíbem o consumo de certos tipos de carne. Por exemplo, o judaísmo estabelece um conjunto rigoroso de normas, chamadas cashrut, através das quais declara o que pode e não pode ser ingerido. Certos grupos cristãos também obedecem a essas regras ou a regras semelhantes. No islamismo, as leis do halal ditam, entre outras coisas, os alimentos que não podem ser ingeridos. Os povos hindus e budistas seguem as recomendações quanto à prática do vegetarianismo e evitam o consumo de carne.
As autoridades de alguns países impõem leis que proíbem o consumo de alguns animais, o que nem sempre é bem interpretado, uma vez que pode ser classificado como perseguição e limitação de direitos. Um exemplo disso é a cidade chinesa de Hong Kong que mesmo depois regressar ao domínio chinês, não revogaram a lei que proíbe o consumo de carnes de cães e gatos, imposta nos tempos coloniais.
Os tabus também podem ser atribuídos a situações ligadas à saúde. Por exemplo, há quem acredite que comer carne de porco malcozida pode levar à teníase, ou que alguns tipos de marisco podem levar à intoxicação ou ao envenenamento alimentar.
Há mitos que estão enraizados no senso comum e nas tradições religiosas e culturais e são transmitidos através das gerações. Alguns estão relacionados com acontecimentos históricos e acabaram por ser distorcidos com o passar do tempo.
Mitos alimentares conhecidos:
- Comer manga com leite provoca uma congestão? A combinação manga/ leite não causa congestão nem faz mal à saúde. Esta crença começou durante a escravatura, no Brasil. O mito foi inventado para impedir que os escravos consumissem mangas e não bebessem leite, que era destinado ao consumo da família da “casa grande”. Por isso, os feitores tinham ordem para espalhar que a combinação fazia tanto mal que causava a morte.
- Comer um bolo quente provoca dores de barriga? Este mito pode ter surgido em famílias grandes para amedrontar as crianças, que queriam comer o bolo antes da hora, fazendo com que esperassem que todos estivessem à mesa para comer.
- Alimentos reimosos prejudicam a cicatrização? A palavra reima, deriva de reuma ou rheuma, com origem no grego antigo, que significa secreção. Segundo a cultura popular, a “comida reimosa”, é capaz de causar inflamação ou fazer mal a pessoas de saúde frágil. Os ditos alimentos reimosos são: ovos, peixe, carne de porco, algum marisco, entre outros. Porém, não existe nenhuma prova científica de que estes alimentos prejudicam a cicatrização, pelo contrário, geralmente são alimentos ricos em proteínas, que auxiliam no processo de construção de tecidos do corpo.
- Beber água com beringela ajuda a reduzir o colesterol? Não existe prova científica de que esta combinação ajude na redução do colesterol. Possivelmente esta fama nasceu devido ao alto teor de fibras presentes na beringela, que auxilia na saciedade e reduz o colesterol. Porém a junção de água e beringela com beringela não tem a quantidade de fibras adequadas para que este efeito aconteça.
- Água com açúcar acalma? Quando ingerido, o açúcar é transformado em energia, no entanto não tem nenhuma propriedade sedativa para o sistema nervoso.
- O gás dos refrigerantes ou da água causa celulite? O que contribui para o aparecimento da celulite é a grande quantidade de água e sódio presentes nos refrigerantes.
- O azeite não engorda. O azeite, apesar de ser uma gordura saudável, engorda tanto quanto as outras gorduras. Cada colher de sopa contém 10 g e fornece 90 kcal. É rico em antioxidantes e auxilia na saúde cardiovascular, mas deve ser consumido com moderação.
A Alimentação é um tema que tem originado muita controvérsia, histórias e mitos. A comida e a alimentação estão intimamente ligadas a o instinto de sobrevivência do ser humano. Isso ajuda as pessoas a projetarem as suas fantasias na comida, criando inúmeras histórias, muitas sem qualquer fundamento. Por isso é importante esclarecer as dúvidas com um médico ou um nutricionista que auxilie na implementação de uma alimentação saudável, respeitando sempre hábitos e preferências alimentares.