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Saúde feminina: o que precisa de saber em cada fase

25 de Mai, 2023

A população feminina é superior, em número, à população masculina, e, pelas suas caraterísticas físicas específicas, a mulher deve estar atenta a cuidados de saúde particulares, para além daqueles que são comuns a todas as pessoas. Importa falar em saúde feminina até porque, historicamente e em certas culturas do Mundo, as mulheres nem sempre tiveram o mesmo acesso que os homens aos cuidados de saúde. De acordo com a fase da vida em que uma mulher se encontra, há alguns aspetos aos quais deve atender em particular.

 

Em 1987 foi criado o Dia Internacional da Saúde Feminina, que se assinala a 28 de maio e que tem como objetivo chamar a atenção para a importância de aspetos específicos aos quais é necessário atender e que são decorrentes das caraterísticas específicas do corpo da mulher e das funções que este desempenha, estando estes especialmente ligados à função reprodutiva e dando origem a patologias, pelo que requerem particular vigilância.

A consciencialização para as diferenças que se destacam entre a saúde masculina e a saúde feminina alertam para problemas de saúde específicos da população feminina:

 

- cancro do colo do útero

- miomas uterinos

- endometriose

- infeções vaginais

- infeções urinárias

 

Outras patologias, como cancro da mama, infeções urinárias e fibromialgia, afetam homens e mulheres, mas têm maior incidência na população feminina.

 

Para além destes problemas de saúde específicos da saúde feminina, as mulheres são também vulneráveis à maior parte dos problemas de saúde que afetam os homens, o que faz com que a sua esperança média de vida saudável seja menor em relação a eles, já que estão suscetíveis a um maior número de doenças graves, embora tenham uma maior esperança média de vida. Dito de outra forma, as mulheres tendem a viver mais tempo, mas com doenças limitantes e que lhes tiram qualidade de vida.

 

O risco de depressão é maior em mulheres do que em homens, devido ao facto de as mulheres serem mais afetadas por mudanças hormonais, serem sujeitas a fatores de stresse em idades mais precoces e, também, devido ao próprio funcionamento do cérebro feminino, que faz com que seja mais predisposto a sofrer de ansiedade e tendências depressivas.

A obesidade também tem maior incidência em mulheres do que em homens, sobretudo entre os 55 e os 74 anos, como consequência da fisiologia feminina, que tem mais gordura do que massa muscular, e na sequência da menopausa e das alterações hormonais que esta produz. Um homem queima mais calorias que uma mulher que estiver a realizar a mesma atividade física.

 

Para além destes fatores causados pela fisiologia e consequente vulneralibidade a doenças, há também que ter em conta que, embora tenha havido uma evolução na sociedade a este nível (noutras épocas e em outras culturas as mulheres não têm o mesmo acesso que os homens a rastreios e a cuidados de saúde), as mulheres continuam a ter uma maior sobrecarga física, na medida em que, a par do desempenho de uma atividade profissional, têm condicionantes como a menstruação, que pode trazer-lhes dor e desconforto, embora tenham de desempenhar as tarefas do dia-a-dia, uma gravidez e um maior cuidado com os filhos que, de um modo geral, procuram mais o cuidado da mãe. Condições sociais e financeiras desfavorecidas agravam ainda mais esta situação e fazem com que as mulheres estejam mais vulneráveis, acentuando a desigualdade em relação à população masculina.

 

O que importa ter em atenção nas várias fases de vida da mulher?

É fundamental ter o devido acompanhamento médico ao longo das várias fases da vida da mulher, conhecer as suas caraterísticas e saber quais são as vulnerabilidades que pode despertar.

 

1 – Puberdade

A partir dos 10 anos o corpo feminino enfrenta mudanças físicas e hormonais que também têm consequências a nível psicológico. O corpo passa a produzir a menstruação e ela requer cuidados específicos de higiene, assim como um reforçado esclarecimento em relação à saúde sexual, pois a adolescente passa a poder engravidar. Uma vez que algumas raparigas sofrem cólicas, dores e desconforto, importa também avaliar com o médico que medicação pode tomar para atenuá-las e que cuidados deve ter. Aprender a conhecer o seu próprio ciclo menstrual e a forma como o seu corpo reage às mudanças físicas e hormonais é essencial, pois essas mudanças irão acompanhá-la durante as décadas seguintes e influenciarão a sua saúde até ao resto da vida.

 

2 – Idade adulta

Entre os 20 e os 50 anos a mulher atinge a sua maturidade física e psicológica e vive a maior parte do seu período fértil. A maternidade traz mudanças significativas e também comporta maiores vulnerabilidades a patologias. O acompanhamento médico regular é essencial, mesmo no caso de mulheres que não engravidaram nem pretendem ser mães.

Não havendo fatores genéticos ou outros que possam acentuar a predisposição a determinadas doenças, é aconselhável que seja feita uma consulta de ginecologia uma vez por ano.

A partir dos 35, deve ser feita uma mamografia e uma ecografia mamária uma vez por ano, como forma de detetar um possível cancro da mama. Para além destes exames, é essencial fazer o auto-exame da mama com regularidade.

A citologia (Teste de Papanicolau) deve ser feito um ano após começar a ter relações sexuais e, não havendo outros fatores que possam interferir com a saúde da mulher, este teste deve ser repetido a cada três anos. Este exame deixa de ser necessário a partir dos 65 anos, caso os últimos três exames realizados tenham tido resultados negativos.

 

3 – Menopausa

Entre os 48 e os 51 anos o corpo feminino deixa de produzir estrogéneo e progesterona, e essas alterações hormonais impactam a saúde da mulher não só a nível físico como, também, psicológico. O processo da menopausa dura entre 3 a 5 anos, começando antes do último ciclo menstrual e trazendo sintomas como mudanças de humor, suores, redução da libido, possível aumento de peso, entre outros. O período de pré-menopausa e a menopausa podem propiciar o aparecimento de doenças como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas e neoplasias, entre outras, pelo que é importante redobrar a vigilância.

 

4 – Pós-menopausa

Quando a mulher sai da menopausa o seu corpo encontra-se numa nova fase de evolução, que requer outro tipo de cuidados. A saúde reprodutiva deixa de ser uma preocupação, mas o processo gradual de envelhecimento do corpo exige atenção a outros fatores, sendo necessária maior vigilância em relação a doenças como cancro da mama ou cancro do colo do útero, e manter hábitos de vida saudáveis que ajudem a evitar outros problemas de saúde e a combater o processo natural de envelhecimento, preservando ao máximo a qualidade de vida.

 

Em qualquer fase da vida em que se encontre, é fundamental que a mulher siga boas práticas, como ter uma alimentação equilibrada, praticar exercício físico, manter bons hábitos de higiene íntima, fazer consultas e exames médicos com regularidade e conhecer o seu corpo.

 

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