A dor ciática carateriza-se por afetar a perna, muitas vezes até ao pé, partindo da zona lombar. Pode provocar entorpecimento, formigueiro ou falta de força, fazendo a pessoa coxear, e pode ser permanente ou surgir quando é feito um maior esforço.
O nervo ciático é o maior nervo do corpo humano, estende-se desde a parte de trás dos quadris até aos pés, e é responsável pela sensibilidade e pelo movimento das pernas. A dor ciática parte da zona lombar, sendo causada pela compressão, inflamação ou irritação de alguma das cinco raízes nervosas que saem da região lombar e que formam o nervo ciático. Pode ser causada pela compressão súbita do nervo ciático ou devido a um esforço excessivo sobre os discos que se encontram entre as vértebras lombares (como acontece na gravidez, por exemplo). Geralmente a dor ciática resulta da compressão das raízes nervosas da quinta vértebra lombar (L5) ou da primeira da coluna sagrada (S1).
A dor ciática manifesta-se a partir da região lombar, espalhando-se pelas nádegas e pela parte posterior da perna, podendo chegar ao pé. Raramente atinge as duas pernas em simultâneo. Quando se torna persistente pode ser bastante limitativa, uma vez que provoca fraqueza na perna e dormência. Surge geralmente depois dos 20 anos, tornando-se mais frequente na meia idade, a partir dos 40.
De um modo geral, a dor ciática é mais forte quando a pessoa está sentada, aliviando quando caminha ou se estiver deitada. Ações reflexas como tossir ou espirrar podem causar uma agudização temporária da dor.
Principais sintomas a ter em conta:
A dor ciática manifesta-se através de uma dor aguda e muito intensa, que incide sobre um dos lados do corpo, afetando a nádega e parte posterior da perna e estendendo-se, em certos casos, até ao pé.
Fatores que potenciam o aparecimento de dor ciática:
- a exposição a esforços e exercício físico pesado;
- condições de saúde, como a hérnia de disco;
- inflamação do nervo ciático;
- infeções;
- tumores.
Como lidar com a dor ciática?
Em casos mais graves pode haver necessidade de recorrer a cirurgia, mas, muitas vezes e desde que haja um acompanhamento médico adequado e atempado, os sintomas dissipam-se ou atenuam através da toma de analgésicos e anti-inflamatórios prescritos pelo médico, sendo também benéfico, em muitos casos, o recurso a fisioterapia. Os relaxantes musculares podem também ser prescritos como forma de complementar o tratamento.
É necessário que, ao surgirem sintomas que não passam, seja feita uma avaliação médica, para que possa ser prescrito o tratamento adequado. Pode ser necessário proceder a exames específicos, como a ressonância magnética, que permite identificar a raiz nervosa que está comprimida e a partir da qual irradia a dor.
Como prevenir a dor ciática?
Algumas práticas contribuem para diminuir a probabilidade de vir a desenvolver problemas no nervo ciático. Elas são:
1 – Manter uma boa postura – quer esteja em pé ou sentado, deve sempre manter a cabeça erguida e a coluna direita. Se estiver sentado durante muitas horas seguidas, ao computador, por exemplo, tenha sempre as costas bem encostadas à cadeira, os pés apoiados no chão e os cotovelos sobre os braços da cadeira.
2 – Dormir de lado, com um travesseiro entre as pernas – e evitar dormir de barriga para baixo. Se dormir deitado de costas, posicione um travesseiro por baixo dos joelhos.
3 – Não usar malas nem mochilas pesadas – alivie tanto quanto possível o peso que carrega consigo. Prefira mochilas a malas, e use sempre as duas alças, para distribuir o peso pelas costas.
4 – Evitar sempre os esforços – se tiver de se baixar para apanhar algo do chão, dobre as pernas, evitando dobrar a coluna. Ao carregar sacos do supermercado ou outros pesos, divida sempre a carga que transporta, de forma a que seja equitativamente dividida pelos dois lados do corpo, e evite transportar mais do que pode fazer sem sentir dor.
5 – Uma das práticas mais importantes para prevenir o aparecimento de dores diz respeito à atividade física regular e adequada à sua condição física. Exercícios como Pilates, quando praticados de forma consistente e a longo prazo, contribuem para evitar dores e atenuar os sintomas.
Dicas para alívio da dor
Caso os sintomas persistem deve consultar o médico, para que ele possa prescrever-lhe o tratamento mais adequado para si. De um modo geral, algumas dicas que ajudam a aliviar a dor são:
1 – Fazer alongamentos
Com cuidado, sem forçar os nervos, deite-se de barriga para cima, com os joelhos levemente dobrados. Levante um joelho de cada vez, puxando-o suavemente ao peito. Mantenha este alongamento durante alguns segundos e repita com ambas as pernas.
2 – Aplicar uma pomada anti-inflamatória
Salvo contraindicação médica, as pomadas anti-inflamatórias podem contribuir para o alívio temporário da dor, atenuando-a. Aplique com massagens suaves.
3 – Aplicar uma compressa quente
Coloque uma botija de água quente (ou almofada de gel própria para o efeito, ou almofada de caroços de cereja) no fundo das costas ou na zona onde lhe dói, pois o calor ajuda a relaxar os músculos e a atenuar a inflamação.
4 – Beber um chá com propriedades anti-inflamatórias
Algumas plantas, como o salgueiro branco, destacam-se pelas suas propriedades anti-inflamatórias e analgésicas e podem contribuir para o alívio dos sintomas, devendo ser tomados com moderação, mas numa base regular (uma chávena diária durante uma a duas semanas).
5 – Aumentar o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias
Os peixes de água fria, como é o caso do salmão, do atum e da sardinha, são ricos em Omega 3 e ajudam a combater a inflamação. O mesmo acontece com alimentos como brócolos, espinafre, curcuma, sementes de linhaça e sementes de chia, que têm um forte poder anti-inflamatório.
6 – Evitar o repouso excessivo
Estar muito tempo deitado pode aumentar a dor, sendo aconselhável que se movimente, dentro da medida do possível.
