Como acabar com a prisão de ventre?
A obstipação, vulgarmente conhecida como prisão de ventre, é um problema incómodo e que as pessoas guardam muitas vezes para si, mas é mais comum do que possa pensar. Conheça algumas dicas que, embora não dispensem o acompanhamento médico, ajudam a combater a prisão de ventre e a fazer com que a sua vida flua melhor.
A obstipação não é considerada uma doença, mas sim um sintoma. Pode surgir em qualquer idade e em diferentes fases da vida, estando geralmente associada a uma debilidade a nível alimentar ou a situações que perturbam o normal funcionamento do organismo, como períodos de maior stresse ou alteração nas rotinas, por exemplo. É frequente as mulheres grávidas sofrerem de prisão de ventre. Considera-se que uma pessoa tem obstipação quando não consegue evacuar mais de duas vezes por semana, quando o faz com esforço ou quando precisa de recorrer à toma de medicação para conseguir fazê-lo. Cada pessoa tem o seu ritmo próprio, mas quando há desconforto, dor ou esforço estamos perante uma situação que precisa de acompanhamento médico. A obstipação pode desencadear problemas de saúde graves, como hemorroidas, incontinência fecal, impactação fecal e até cancro do intestino, entre outras.
A alimentação é um fator-chave no alívio de uma situação de obstipação, sendo importante frisar que determinadas condições contribuem para acentuá-la: a obstipação é mais incidente em pessoas com um estilo de vida sedentário, pessoas idosas, mulheres grávidas e pessoas que tomam certo tipo de medicamentos, tais como analgésicos, antidepressivos e antipsicóticos, entre outros. Doenças como lúpus, esclerose múltipla, Parkinson, doenças da tiróide e doenças dos intestinos também podem manifestar a obstipação como sintoma.
Acima de tudo importa estar atento a anomalias naquele que é o seu ritmo habitual. Quando o desconforto persiste e quando a dificuldade em evacuar se mantém é necessário consultar o médico.
Alguns hábitos contribuem eficazmente para evitar e combater a prisão de ventre. Eles são:
1 – Manter-se sempre bem hidratado.
A água é essencial para evitar a prisão de ventre, já que ajuda a amolecer as fezes, facilitando a evacuação. Evite bebidas gaseificadas e bebidas alcoólicas, que tendem a agravar o problema.
2 – Ingerir alimentos ricos em fibras.
Os cereais integrais e a fruta são essenciais para fornecer ao organismo as fibras que, por sua vez, ajudam os intestinos a funcionar corretamente. Porque retêm a água, as fibras amolecem as fezes e fazem com que o processo de funcionamento intestinal decorra mais harmoniosamente. De um modo geral, aconselha-se o consumo diário de 25 a 30 g. de alimentos ricos em fibra. O pão integral, o farelo de trigo, o kiwi, a papaia, a laranja e a maior parte dos vegetais e das sementes são bons aliados para o funcionamento regular dos intestinos. As ameixas pretas são conhecidas pela sua ação benéfica no alívio da prisão de ventre, porque contêm sorbitol, uma substância que funciona como um laxante natural. As sementes de chia e as sementes de linhaça também ajudam os intestinos a funcionar melhor.
3 – Evitar o sedentarismo.
A prática de atividade física regular é fundamental para o bom funcionamento do organismo e incide de forma muito direta na regulação dos intestinos. Uma prática física adequada à idade é essencial, sendo suficiente fazer uma caminhada diária para que os músculos intestinais trabalhem mais eficazmente.
4 – Identificar os alimentos que lhe provocam prisão de ventre.
Algumas pessoas tendem a sofrer de obstipação quando ingerem certos alimentos, como os laticínios, por exemplo. Contudo, os iogurtes ricos em probióticos ajudam a regular o trânsito intestinal, para além de fortalecerem a imunidade do organismo, o que também é essencial para o equilíbrio de todas as funções. Reconhecer quais são os alimentos que os seus intestinos processam com maior dificuldade ajuda-o a moderar ou mesmo evitar o seu consumo, evitando complicações. De um modo geral, a comida processada e as refeições pré-cozinhadas tendem a fazer com que o intestino não funcione bem. A banana é conhecida por “prender os intestinos”, e o mesmo acontece com os enchidos e cozinhados fritos. Os alimentos ricos em açúcar podem ter o mesmo efeito.
5 – Evitar a automedicação.
A toma prolongada de laxantes pode ter o efeito inverso, acentuando os sintomas.
6 – Definir hábitos e rotinas.
Tal como sucede com outras funções vitais do organismo, como o sono, é importante ter hábitos que o seu corpo reconheça e nos quais se apoie para operar corretamente. Crie rotinas “de casa de banho”, definindo um horário no qual possa dispor de mais tempo, sem pressões nem pressas. Sempre que tiver vontade de evacuar procure fazê-lo, pois contrariar essa vontade de forma sistemática tende a provocar obstipação. Quando estiver fora de casa, durante as férias, por exemplo, seja ainda mais cuidadoso com este aspeto, já que as alterações de rotinas podem causar perturbações a este nível.
