A doença de Alzheimer afeta mais de 35 milhões de pessoas no mundo, ataca ambos os sexos e ainda não tem cura. Embora a propensão genética seja uma das suas principais causas, apostar na prevenção para evitar o aparecimento desta doença que acelera com o processo de envelhecimento do cérebro é essencial para evitar que, ao chegar a uma idade mais avançada, perca a sua autonomia e até a perceção de quem é e de quem são as pessoas que mais ama. Estima-se que, em 2050, mais de 150 milhões de pessoas irão sofrer de Alzheimer.
De um modo geral, os primeiros sintomas de Alzheimer manifestam-se a partir dos 60 anos, mas podem surgir antes dessa idade, sobretudo a partir dos 40. Esta é uma doença silenciosa e, muitas vezes, só é detetada quando já se encontra num estádio mais avançado. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa e diz respeito ao declínio progressivo da capacidade cerebral, causando perda de memória, dificuldades na linguagem, comprometimento das faculdades mentais que são essenciais ao desempenho das atividades do dia-a-dia, alterações de humor e mudanças no comportamento. Se, por um lado, as alterações no cérebro podem começar muitas décadas antes de os sintomas se manifestarem, por outro lado, numa fase mais avançada, a autonomia perde-se de forma irreversível e a pessoa pode ser incapaz de realizar tarefas básicas ou responder a perguntas simples, ficando completamente dependente de outrem.
Embora não haja certezas em relação às causas da doença de Alzheimer, sabe-se que os fatores genéticos têm um peso importante para além de, como acontece com todas as funções do corpo, o avançar da idade contribuir para uma degeneração. Fumar, ter uma vida sedentária e sem prática desportiva, viver sob stresse, ter obesidade, fazer uma alimentação rica em gorduras, açucares e alimentos processados, ou ter o colesterol elevado são outros fatores que também propiciam o desenvolvimento da doença. Cerca de 60% dos casos de doença de Alzheimer não têm origem hereditária, sendo causados pelo estilo de vida e ambiente em que a pessoa vive. Adotar práticas saudáveis e que contribuem para prevenir o aparecimento da doença e retardar a sua evolução pode fazer com que os sintomas que, noutras condições, se manifestariam aos 70 anos surjam só aos 80, o que equivale a um ganho de dez anos de autonomia e com maior qualidade de vida.
Assim, tome nota de 7 práticas que deve incluir no seu dia-a-dia:
1 – Exercitar o cérebro
Mantenha o cérebro ativo, dedicando algum tempo, todos os dias, a atividades que o estimulem e que obriguem a “exercitá-lo” através de alguns cálculos e raciocínios. Bastam 15 minutos diários, que deve dedicar a jogos como palavras-cruzadas, sopa de letras, sudoku, jogos de telemóvel de estratégia e raciocínio lógico.
2 – Fazer novas aprendizagens
Para além dos exercícios que os jogos proporcionam, a aprendizagem estimula o cérebro, mantendo-o ativo. Assim, é importante dedicar-se com regularidade a fazer novas aprendizagens, especialmente aquelas que dizem respeito à comunicação, como a aprendizagem de uma língua estrangeira, à motricidade, como passatempos relacionados com trabalhos manuais, ao exercício físico, como uma prática desportiva que não conheça, e aprender a tocar instrumentos musicais, o que também ativa outras partes do cérebro.
3 – Ler
Ler livros, revistas e jornais também ajuda a reforçar a capacidade linguística e de memorização, combatendo a perda de capacidades cognitivas que a doença de Alzheimer propicia e ativando diversas funções do cérebro.
4 – Memorizar listas
Fazer contas de cabeça, memorizar listas de supermercado (e outras) são exercícios que pode e deve integrar no seu dia-a-dia, pois o esforço que o seu cérebro tem de fazer para se recordar mantém-no ativo e ajuda a combater a perda de memória.
5 – Praticar exercício físico
Manter uma atividade física regular e adequada à sua condição física pode contribuir para reduzir até 50% as probabilidades de vir a ter Alzheimer. Opte por atividades físicas no seu dia-a-dia, como preferir as escadas ao elevador e andar mais a pé, por exemplo.
6 – Dormir bem
O cérebro precisa de dormir cerca de 8 horas por noite para recuperar dos danos e desgaste causados pelo dia-a-dia. Manter rotinas de sono equilibradas, procurando deitar-se e levantar-se sempre à mesma hora aproximada, descansar o tempo necessário e em condições que favoreçam o descanso (sem luz nem ruído) é fundamental para manter o cérebro em boa forma.
7 – Alimentar-se bem
Não há volta a dar, a alimentação é fundamental para a saúde de todo o corpo, e o cérebro precisa de ser alimentado com nutrientes como Magnésio, Selénio, Fósforo, Zinco e outros. Faça uma alimentação rica em frutos e legumes, consuma proteína em quantidades adequadas e não salte refeições nem coma alimentos ricos em gorduras e sal.
Para além destas práticas, manter hábitos de vida saudáveis, como não fumar, evitar situações de stress e manter a vigilância em relação aos níveis de colesterol e à tensão arterial é também bastante importante para prevenir, entre outras doenças, o Alzheimer.